XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vida/Tempo




eu acho que a vida anda passando a mão em mim
eu acho que a vida anda passando a mão em mim
eu acho que a vida anda passando
eu acho que a vida anda
a vida anda em mim
a vida anda
eu acho que há vida em mim
há vida em mim
acho que a vida anda passando
a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo
quem anda me comendo é o tempo
se bem que já faz tempo, mas eu escondia
porque ele me pegava a força
e por trás
até que um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo, se você tem que me comer
que seja com meu consentimento, e me olhando nos olhos…
eu acho que eu ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem
que ando até remoçando.

(viviane mosé – vida/tempo)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Receita Para Lavra Palavra Suja



Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida.

Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.

São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.

Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas
soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura,que é capaz de esvaziar o vigor da língua.

O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.

O perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras.
Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.

Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.

Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.

A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.

Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.

Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie
pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo.

Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera em toda sua possibilidade.

Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.

Uma palavra LIMPA é uma palavra possível.

Viviane Mosé
Poema venedor do IV FestCampos de Poesia Falada
Campos dos Goytacazes- 2002

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

mar volta a castigar o litoral em atafona





Pontal Foto.Grafia

Aqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras – descobrimento
espinhas de peixe
convento
cabrálias esperas
relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no
AR

caranguejos explodem
                                    mangues em pólvora
                                    Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
                                             Rimbaud - África virgem –
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais
telhados bóiam nas ondas
tijolos afundando náufragos
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas
Jerusalém pagã visitada 

Atafona.Pontal.Grussaí 


as crianças são testemunhas:
Jesus Cristo não passou por aqui

Miles Davis fisgou na agulha
          Oscar no foco de palha
cobra de vidro sangue na fagulha
                          carne de peixe maracangalha
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha?
                              penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco 

Atafona.Pontal.Grussaí 


as crianças são testemunhas:
 Mallarmè passou por aqui

bebo teu fato em fogo
                punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro
                aluga-se teu brejo no mar
o preço nem Deus nem sabre
                sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
                                       plástico de lixo nos mangues
que mar eu bebo afinal?

Artur Gomes


Publicado na Antologia Internacional - Eco Arte Para Re-Encantamento do Mundo, organizada pela Bióloga Michelle Sato e editada pela Universidade Federal do Mato Grosso – 2011 – Publicado na Antologia Poesia do Brasil Vol. 15 – 2012 – Proyecto Cultural Sur Brasil – Editora Grafiti - Faixa do CD Fulinaíma Rock Blues Poesia – a sair

sábado, 26 de janeiro de 2013

CILADA


foto: welliton rangel


CILADA


o amor não é a lua
iluminando o arco-íris
nem a estrela-guia
mirando o oceano

o amor não é o vinho
embebedando lençóis
nem o beijo louco
na boca úmida do dia

o amor não é a angústia
de se encontrar o sorriso
nem o vermelho
do coração dos pombos

o amor não é a vitória
dos navios e dos barcos
nem a paz cavalgando
cavalos alados

o amor é, sobretudo
a faca no laço do laçador
o amor é, exatamente
o tiro no peito do matador


Tanussi Cardoso

Sorte





S O R T E


O destino não nos pertence
nem a deuses, runas
ou a leitoras de entranhas

À luz
inutilmente
perseguem a nudez
a tardia indisciplina dos corpos

Como agora
arriscar as veias?
Onde se apaga
o vazio?
Soube de búfalos
que trocam o cansaço
pela própria morte.


Alberto Bresciani-DF
In Revista Z  - Ano I – Nº 2

encantamento






Encantamento

no balde de juçaras
o homem busca
a água de que precisa

no terreno seco
procura o vento

encontra Deus
disfarçado de sabiá


Luiz Otávio Oliani
In A Eternidade dos dias
futurArtepoesia - Editora

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Diamante




Diamante

O amor seria fogo ou ar
em movimento, chama ao vento;
e no entanto é tão duro amar
este amor que o seu elemento
deve ser terra: diamante,
já que dura e fura e tortura
e fica tanto mais brilhante
quando mais se atrita, se fulgura,
ao que parece, para sempre:
e às vezes volta a ser carvão
a rutilar incandescente
onde é mais funda a escuridão;
e volta indecente esplendo
e loucura e tesão e dor.

Antonio Cícero
Poeta, filósofo, ensaísta, letrista
In Poesia Viva – Editora UAPÊ



PV - a mídia explora a alienação através da propaganda para o consumo, novelas, programas de autoajuda. Qual a posição dos poetas face à essa trajetória?

AC - Os poetas vão na direção oposta à da mídia. A poesia, para ser apreciada, exige que seu leitor entre numa temporalidade inteiramente incompatível com aquela em que ele está ao assistir televisão ou ir à igreja.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O filho do século



Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos, 
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.



Murilo Mendes
fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br/mu1.html#ofilho

Ferreira Gullar: os primeiros versos do Poema Sujo


POEMA SUJO

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo (não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
mudou de cara e cabelos mudou de olhos e risos mudou de casa
e de tempo: mas está comigo está
perdido comigo
teu nome
em alguma gaveta.

O Que é Poesia?

Diante de um livro de Marina Colasanti, a questão vem sempre: como é que se faz poesia? E para as crianças, é diferente?
Esta conversa com a escritora e artista plástica premiada e fundamental para o repertório de literatura das crianças, nasceu do lançamento do livro Minha Ilha Maravilha (Ed. Ática).

Veja a entrevista completa.

CRESCER ONLINE - Estes poemas eram antigos, novos? Como foi a idéia do livro?
Marina Colasanti - Eu tinha alguns deles prontos e resolvi parar tudo para escrevê-los. Sabe que escrever poesia para criança é muito diferente.

CRESCER ONLINE - Por quê?
Marina Colasanti - Eu sinto uma necessidade de encontrar rimas, por exemplo. A rima tem algo jocoso, musical que é muito bom. É um jogo para a criança. São, na verdade, dois jogos ao mesmo tempo: um é o que conta a história ou como se conta a história. A rima, digamos, fixa melhor.

CRESCER ONLINE - E são diversos temas nos poemas...
Marina Colasanti - Eu também quis alternar temas sérios e temas “de crianças”. Não quis ser só jocoso, porque não sou divertidora. E não me pareceu conveniente fazer somente com temas sérios. E é algo complicado porque não podemos dar a eles temas de adultos. E também não posso simplesmente lembrar da minha infância, porque os temas mudaram.

CRESCER ONLINE - E qual é o segredo?
Marina Colasanti - Observar.

CRESCER ONLINE - Fazer poesia é observar?
Marina Colasanti - Ah, fazer poesia é tanta coisa... Poesia para crianças é um aprendizado... não, não é esta palavra, pois se associa a conhecimento. Poesia para crianças é um encaminhamento para o universo da poesia.
Isto antigamente era feito de maneira múltipla, nos jogos cantados, nas cantigas. Hoje as crianças cantam músicas comerciais! Nem nas escolas tem isso mais.

CRESCER ONLINE - Você visita escolas como escritora?
Marina Colasanti - Raramente. Não gosto desta certa ligação que algumas editoras têm de “se vocês adotarem o livro na escola eu trago o autor aqui”. Acho que há uma confusão com celebridade e as crianças se interessam pouco pelo escritor.

CRESCER ONLINE - É importante diversificar textos para a criança? Por exemplo, se estes são poemas com rima, A Menina Arco-Íris (Ed. Global) tem poesia, mas não em poemas.
Marina Colasanti - Eu nunca trabalho com realismo e nem com linguagem coloquial. Gosto da linguagem inventiva, que é a linguagem poética que tem no A Menina Arco-Íris.

CRESCER ONLINE - Você publicou nos anos 80...
Marina Colasanti - Foi meu primeiro livro infantil. Porque antes eram os contos de fada e eu não considero contos de fadas infantis. Fiz outras ilustrações porque elas eram precárias, eu estava começando.

CRESCER ONLINE - É difícil refazer as ilustrações?
Marina Colasanti - Sim, porque vai relembrando e é difícil apagar isso.

CRESCER ONLINE - E como foi o trabalho de ilustrações deste novo livro?
Marina Colasanti - Foi maravilhoso. Ilustrar poesia é muito difícil. Não pode ser descritivo como numa narrativa. E nestes tinham mais de um poema na mesma folha. Assim, a alternativa é procurar algo do universo dela.
Só que eu pedi para a Ática me fazer um projeto gráfico. É assim que eu trabalho, peço uma boneca (modelo de como vai ficar o livro). Eu digo “me dêem o tamanho e o texto na tipologia que vão usar”.
Eles me mandaram uma boneca linda, com recortes de antigas ilustras minhas. Aí fiz novas ilustrações e disse a eles “estes são os traços, vocês coloquem as cores no computador”. E foi ótimo, porque são cores chapadas que eu não ia conseguir reproduzir. Fiz os traços, disse onde queria o quê e eles colocaram as cores. Foi um ótimo trabalho conjugado e o livro ficou lindo.



fonte: http://revistacrescer.globo.com/Crescer/0,%2019125,EFC1671753-5670,00.html



Marina Colasanti (Sant'Anna) nasceu em 26 de setembro de 1937, em Asmara (Eritréia), Etiópia. Viveu sua infância na Africa (Eritréia, Líbia). Depois seguiu para a Itália, onde morou 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro, onde reside desde então. Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana. Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista. Ingressou no Jornal do Brasil em 1962, como redatora do Caderno B, desenvolveu as atividades de: cronista, colunista, ilustradora, sub-editora, Secretária de Texto. Foi também editora do Caderno Infantil do mesmo jornal. Participou doSuplemento do Livro com numerosas resenhas. No mesmo período editou o Segundo Tempo, do Jornal dos Sports. Assinou seções nas revistas: SenhorFatos & FotosEle e ElaFairplayClaudia e Jóia.Em 1976 ingressou na Editora Abril, na revista Nova da qual já era colaboradora, com a função de editora de comportamento.De fevereiro a julho de 1986 escreveu crônicas para a revista Manchete. Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; desde então, publicou mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992) que recebeu outro prêmio Jabuti, além de Rota de Colisão igualmente premiado. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Dentre outros escreveu E por falar em amorContos de amor rasgados;Aqui entre nósIntimidade públicaEu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frenteO leopardo é um animal delicadoGargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, atualmente, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna com quem teve duas filhas: Fabiana e Alessandra. Em suas obras, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade. 

baby é cadelinha




 devemos não ter pressa
a lâmina acesa sob o esterco de Vênus
onde me perco mais
me encontro menos
visto uma vaca triste
como a tua cara
estrela cão gatilho morro:
a poesia é o salto de um vara

disse-me uma vez só quem não me disse
ferve o olho do tigre quando plasma
letal a veia no líquido do além
cavalo máquina
meu coração quando engatilho

devemos não ter pressa
a lâmina acesa sob os demônios de Eros
onde minto mais
porque não veros
fisto uma festa mais que tua Vera:
a poesia é o auto de uma fera

devemos não ter pressa
a lâmina acesa sob os panos
quem incesta?
perfume o odor final do melodrama
misto uma merda amais que tua garra:
a poesia é o fausto de uma farra


Artur Gomes

In Poesia do Brasil – Vol. 15
Proyecto Cultural Sur Brasil – Editora Grafiti
Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves-RS - 2012
Musicado e cantado por Naiman no CD fulinaíma sax blues poesia - 2002


Inquietude - Flávia Vasconcelos de Brito - Lançamento


Inquietude – Flávia Vasconcelos de Brito - Lançamento

Flávia compartilhou sua poesia conosco nesta última terça na Livraria Argumento, quando foi lançada a XXIª Edição do Congresso Brasileiro de Poesia, que acontecerá de 30 de setembro a 5 de outubro em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

Nesta Quarta 30 de janeiro Flávia lança o seu livro de Poesia, Inquietude, na Livraria da Travessa – Rua Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema – Rio de janeiro com coquetel a partir das 19h.


Sobre A Poesia de Flávia já disseram:

“A poesia itinerante da jornalista Flávia Vasconcelos de Brito continua peregrinando pelas livrarias. Agora é a vez da Livraria da Travessa de Ipanema fazer o lançamento do livro Inquietude, que trata da descontinuidade, a incoerência e a dilaceração da experiência. O evento no RJ acontecerá dia 30 de janeiro, a partir das 19h, com coquetel.

A jornalista convida amigos, clientes e parceiros para este encontro, numa das livrarias mais completas e interessantes do Rio de Janeiro. O lançamento de Inquietude será boa oportunidade para encontro entre 
pessoas interessantes e happy hour cultural num dos bairros mais charmosos da cidade!

Sobre Inquietude, característica plural do ser, o livro fala de um dinamismo convulso e febril das polaridades humanas e do desejo indócil de ser vastidão e nada ao mesmo tempo. Flávia engendra a realidade por meio da poesia, numa seriação de palavras, signos e significados que expõem o instante até o limite irrespirável do fragmento.

Artur Gomes
coordenador Nacionald e Literatura e Áudiovisual do Proyecto Cultural Sur Brasil – contato: poebrasoficial@gmail.com

fulinaíma produções

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

É Hoje o Dia D de Todo Dia Poesia




É Hoje o Dia D de Todo Dia Poesia Dia D de Todo Dia Poesia


CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA PROMOVE SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NA LIVRARIA ARGUMENTO LEBLON

Em sua vigésima primeira edição, o Congresso Brasileiro de Poesia é um dos mais tradicionais e longevos festivais de poesia do Brasil e também da América Latina. Realizado anualmente na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, o evento caracteriza-se por sua programação voltada em sua maior parte para as escolas do município, atingindo um público aproximado de 25 mil pessoas.

Entre os inúmeros projetos que compõem o evento, destacam-se:“Poesia na Escola”, que consiste na distribuição de livros de poesia aos alunos como forma de incentivo à leitura, “Autor Presente na Sala de Aula”, que leva os autores para as escolas, e “Poesia na Vidraça”, no qual os estabelecimentos comerciais cedem espaços em suas vitrines para a escrita de poemas, os quais, em muitos locais, permanecem intocáveis ao longo do ano seguinte.

Em suas vinte edições já realizadas o Congresso Brasileiro de Poesia levou a Bento Gonçalves grandes nomes da poesia das três Américas e também da Europa, publicou 16 volumes da coleção“Poesia do Brasil”, 9 da coleção “Poeta, Mostra a Tua Cara”e distribuiu mais de 20 mil exemplares destes livros junto às escolas e comunidade bento-gonçalvense.

No próximo dia 22, a partir das 18 horas, acontece o lançamento oficial da edição 21 do evento e dos volumes 15 e 16 da coleção“Poesia do Brasil”, na Livraria Argumento do Leblon, Rio de Janeiro, seguidos de um grande sarau.

Marina Colasanti é a escritora homenageada do evento neste ano, que acontece entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, na capital brasileira da uva e do vinho e também maior polo moveleiro do país.


Proyecto Cultural Sur Brasil

Ademir Antônio Bacca - Presidente
Artur Gomes - Coordenador Nacional de Literatura e Áudiovisual
May Pasquetti - Coordenadora Nacional de Marketing

contatos:
adebach@gmail.com
poebrasoficial@gmail.com
portalfulinaima@gmail.com

domingo, 20 de janeiro de 2013

esfinge


Esfinge





o amor 
não e apenas um nome 
que anda por sobre a pele 

um dia falo letra por letra 
no outro calo fome por fome 
é que a pele do teu nome 
consome a flor da minha pele 

cravado espinho na chaga 
como marca cicatriz 
eu sou ator ela esfinge 
ana alice/beatriz 

assim vivemos cantando 
fingindo que somos decentes 
para esconder o sagrado 
em nosso profanos segredos 

se um dia falta coragem 
a noite sobra do medo 

na sombra da tatuagem 
sinal enfim permanente 
ficou pregando uma peça 
em nosso passado presente 

o nome tem seus mistérios 
que se escondem sob panos 

o sol e claro quando não chove 
o sal e bom quando de leve 
para adoçar desenganos 
na língua na boca na neve 

o mar que vai e vem 
não tem volta 

o amor é a coisa mais torta 
que mora lá dentro de mim 
teu céu da boca e a porta 
onde o poema não tem fim