XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pai





Pai

Em que rio estará o nosso Pai?
N´alguma grota úmida
dos canaviais?

Atrás do sol, dos bambuzais?

Em que noites estarão
as nossas inquietações?

Na calma encoberta
por instigantes canções?
Na estrada deserta
que leva a outras estradas?

No conceito sereno
de que tudo é nada?

Com quantos paus
construiremos nosso Pai?

É Pai mesmo?
Um helicóptero?
Um espelho?
A estação do trem?

Um cobertor que afasta
os nossos frios?

Em que mares,
em que florestas
existe um pássaro
chamado Pai?

Em que mesa
sentaremos um dia
quando o Sol não aparecer
e a medida da vida se perder?

Levaremos flores?
Choraremos néon?

Acreditaremos em Deus?
Existe existe?

A palavra existe?
Se não, por que insiste?
E nos embriagamos de mistérios...’

Martinho Santafé
autor de Manual Para Assassianar Frangos
poema vencedor do IIIº FEstCampos de Poesia Falada
Campos dos Goytacazes -2001

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