XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

poesia do brasil

imagem henrygGrossman

os caramujos gritam
nos mamoeiros
do quintal

sabem

que sou eu
que me aproximo

nem humano
nem cruel:
apenas limpo

de faca
em punho
(enferrujada)

em silêncio
como deve ser
um assassino

alguns apenas
olham e resmungam
antes da queda

outros sussurram
numa língua
de sibilas

sou o ponto cego
no amarelo
do quintal

entre pedras
vou abrindo
suas almas



carlos moreira








um poema para ana elisa

eu pesquei o céu 
não dos anjos e santos 
o céu dos poetas 
que é bem mesclado mesmo 
de infernos

*líria porto







Vitrine contra ignorância
(Para Pat Lau)


Minha pele não é branca
Minha pele não é preta
Minha pele não é amarela
Minha pele é transparente
Para que possas ver
Meu sangue
Vermelho
Minhas vísceras
Iguais às tuas
Meus ossos propensos
A osteoporoses
Meu raio x
Da mesma tua
Fragilidade.




Adriane Garcia






Poetria

poema é face descoberta
de tudo que pulsa

poema é atitude permanente
em tudo que passa

(que massa)

Lau Siqueira
In Poesia Sem Pele




Reynaldo Bessa - fotografado 
por artur gomes no PSIU Poértico - Montes claros-MG




quando eu tinha oito anos
descobri o tempo.
ele estava numa plaqueta,
numa mercearia
dizia: “ fiado só amanhã”
foi aí que percebi que o tempo
não posa para fotos

Reynaldo Bessa
Do livro: Outros Barulhos
Prêmio Jabuti – 2009




Nenhum comentário:

Postar um comentário