XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

poetas do brasil





havia o vermelho
o amarelo claro
o azul claro –
azul de short de dormir
e todas as cores dançavam
e dançavam

e eram shorts
e eram cores
shorts com cores e
dançavam

somente o roxo não estava
porque o roxo é dos sonhos

Ana Dantas

Maceió-AL







por onde passeio minha língua
para Flavia D'Angelo

tenho ainda tuas unhas
mesmo não estando 
entre meus dedos
e no estado em que me encontro
mar é corpo palavra/carne
tua língua meu brinquedo

não creio amor sem isso
nem entanto aquilo outro
pouco entendo do espírito
mas o meu inda é de
porco

se nunca estive
agora estando
é que absinto não me cura

se o seguro porto
é que procura
pode tentar o outro lado
que o meu 

sou muito mais o lança/chama
pra incendiar os teus navios
muito além dos temporais
acender língua de fogo
como um danado cão vadio
farejando as altas ondas
deste terrível mar bravio

como se sabe ou como soube
amor não cabe em calmaria
em outro nome nunca coube
e nem atlântico caberia
quero beijar teu mar de buzios
e até teus seios comeria
ao mergulhar por entre as coxas
beber teu mel na maresia




Artur Gomes 












Um canto a Eros, ao anoitecer...

O amor é feito verso
quantum que corre
rio que não se sabe...

se para, fica, rima,
presilha
.... ou dispara

O amor diverso efeito

alarido
sussurro
algazarra

calmarias e zunido no peito,
quando ouvido é fibra atenta
rabicó e febre potente
dedo sal língua de gente

maresia, canto em mil disfarces
quando me enquadro com Eros,
controverso em pés silábicos
solto o peso e o espaço

leve o caminho, nos dedos 
pó poesia...
... o amor, a vida de teu abraço.



Carmen Silvia Presotto – Vidráguas!

A fotografia é de Ilona Pulkestene!







tem dias que o poema...


tem dias
que o poema
é um voo
que não leva
a lugar nenhum

© Ademir Antonio Bacca

Do livro: “Grito por dentro das palavras”
www.ademirbacca.blogspot.




preciso abraço amigo, 
fuga do mundo
olhar que me visto, 
carinho inteiro
de sobras não vivo,
amor dividido
no meio receios
carente menina
não supre mulher
desprezo desejo
fútil artificio
no sono escondo
palavra que falha
vivendo vazio
escondo o medo, 
carente implora
aplausos escusos
no meio de tudo
a sobra do nada
vieste pro mundo

Campos dos Goytacazes-RJ

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