XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Kyrie Eleison


foto: artur gomes


Hoje me chamo por exemplo Oscar
sou, porém, um e milhares,
não amanhã mas hoje
vim auxiliar toda mágoa
com o desconsolo tão múltiplo.

Pertubadoramente sou Oscar,
dito isto vou partindo
coberto de sangue e tempo
a caminho de ninguém.

Sinto raiva de ser crucial,
guardo virtudes opostas
raiz do abismo de mim.

Só a noite obstinada mastiga
esse meu sangue sem metáfora,
trago desamparadas lágrimas
para guardar a nostalgia
de me chamar Oscar. Agora é tarde
ter de me chamar Oscar...

Há de haver uma estrela inútil
e um devorado esquecimento
após a morte de tudo –
ó habituação de quem busca
a própria face perdida.

Oscar Bertholdo
In Poesia do Brasil Vol. 15
Proyecto Cultural Sur Brasil  - Grafite Editora
Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves-RS

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