PAISAGEM
Alguém aguarda
como um anjo noturno
pela flor nascida
nos metrôs.
Estar longe
é como as águas dos rios
e tudo o que elas transportam:
o bicho putrefato
árvores solenes
pneus gastos
peixes químicos
destroços das pontes.
Das sombras
saem as mais sutis das bombas
atentas em cada canto dos tuneis
em cada poema que virá.
O sábio constrói esquinas
e as abraça com seu manto
laser.
De minha janela
vejo buganvílias
e beija-flores
atômicos.
Alguém aguarda
como um anjo noturno
pela flor nascida
nos metrôs.
Estar longe
é como as águas dos rios
e tudo o que elas transportam:
o bicho putrefato
árvores solenes
pneus gastos
peixes químicos
destroços das pontes.
Das sombras
saem as mais sutis das bombas
atentas em cada canto dos tuneis
em cada poema que virá.
O sábio constrói esquinas
e as abraça com seu manto
laser.
De minha janela
vejo buganvílias
e beija-flores
atômicos.
O pássaro elétrico
O pássaro elétrico
emite passaportes
para o céu.
Na orquestra dos
fios
rima vôo com azul.
Deflorando a manhã
como um helicóptero
bêbado.
Martinho Santafé
Poeta.jornalista.artista
plástico
Autor de Manual Para
Assassinar Frangos
Vencedor do IIIº
FestCampos de Poesia Falada - 2001
Natural de Campos dos
Goytacazes
Radicado em Macaé desde
1980
Nenhum comentário:
Postar um comentário