Thoughts
escrevo sobre o que
não sinto
porque o que sou
já não comove mais
palavras só já não são
promessas sós
são só vão
o que não foi
já é
e um dia
existirá
May Pasquetti
www.maypasquetti.blogspot.com
escrevo sobre o que
não sinto
porque o que sou
já não comove mais
palavras só já não são
promessas sós
são só vão
o que não foi
já é
e um dia
existirá
May Pasquetti
www.maypasquetti.blogspot.com
1.0 Não, minha doce açucena não quero falar de poesia posto que o desejo queima minha língua sem metáforas Te quero indecente depravada nua sem prosa nem verso
Lilia Diniz
www.liliadiniz.zip.net
Menina, fiz uma faxina
no meu coração
que nem te conto!
De bate-pronto, joguei fora
todas aquelas mágoas ultrapassadas.
Precisa ver. Que poeirada!
Depois, fui me desapegando
das frustrações.
Eu as reciclei todas:
viraram ótimas lições.
Então, descartei a ansiedade
e, voilá, abri um espação pra liberdade.
E o melhor: ficou tudo tão limpinho...
E não é que meu coração agora
tá cheio de carinho?
Mariana Valle — em Botafogo.
Receita de
Homem
(detalhes)
Os muito retos
que me perdoem
Mas ser gauche
é fundamental
É preciso que
haja
Qualquer coisa
de sol
em tudo isso
Qualquer coisa
de surf
Qualquer coisa de circo em tudo
isso
Ou então
Que o homem
aprenda a
imprimir o
Arquétipo do
“great pretender”
como
Nos bailes dos
anos cinquenta
Não há meio
termo possível
É preciso que
isso tudo seja errante
É preciso que os ombros emerjam
do tórax numa
envergadura
Semelhante de
uma ave
E que sustentem
uma postura
moral indomável
lapidando
uma escultura que lembre
não menos
que a avidez de
uma vela mestra
pronta para navegar com vento
de través.
é preciso que a
imagem das
mãos delongue-se
para além do
ante-braço, numa
união tão contínua e insolúvel
cuja
expectativa seja de um
artefato habilidoso
tão
minuciosamente forjado em
vista de
eventual emprego
cirúrgico
e que exista em grande latifúndio
dorsal
A pele deve ser
seca nas mãos,
nos braços,
no dorso e na
face
Mas que as
concavidades e
proeminências
sejam
úmidas,
lúbricas
e no crescente da paixão
permitam-se
deslizar
rumo a
horizontes improváveis
Sobremodo
pertinente
É Que o homem não seja
carente mas
Caliente
Que haja um
canto delirante
nos olhos
em reviravoltas e devaneios de
paixão pernas
semoventes quando do
enlace pelas
pontas pélvicas de
anima que nos
ouça o inaudível canto
da combustão
E que ele não
lembre nunca um
circo sem magia
E a que a
virilidade não seja mais
que o reflexo mais atraente de
seus mais óbvios temores
Gravíssimo,
porém, é problema
dos pelos
Um homem sem
pelos é como
um solo desmatado
Que ele venha,
não surja
Que vá, não
parta.
e que erre
erre durante sete dias
com a propriedade de um deus
criador
e sem covardia
nos faça fiéis
de sua fé errante
e beber do cálice sagrado da
perdição
E que em sua
incalculável
Imperfeição
Constitua a coisa mais bela
E mais perfeita
de toda a criação
Inumerável.
Nathalia Colon
https://www.facebook.com/pages/A-Toca-do-Coelho/228321940639820
Identidades
“com
meus sonhos de menina”
Triste
Sina, Jerónimo Bragança/Nóbrega e Souza
quinze
anos e dúvidas
(para
além das usuais)
a
menina
com
duas mães, cresceu
biológica,
uma
(que
a gerou, pariu e amamentou)
companheira
da mãe, a outra
a
mãe que a gerou, pariu e amamentou
mudou
de gênero e identidade. a
menina
passou a chamá-la de pai
(volta
e meia, ainda lhe escapa um
mâeeeê!)
Dalila
Teles Veras
no
livro: estranhas formas de vida
fátima queiroz
ONIPRESENÇA
Aristóteles na Poética
abordou somente a técnica;
no mundo grego, contudo,
a poesis era tudo,
era o próprio movimento:
terra, fogo, água e vento,
era a vida, as estações,
as marés, as emoções,
a dor, a cura, o remédio
a luta, os louros, o tédio,
a pólis, a dança, o mito,
os templos, o vinho, os ritos,
kairós, oportunidade,
destino, fatalidade,
o luto, a luta, a tragédia,
o riso, a festa, a comédia,
a química, a teologia,
a física, a filosofia,
ethos e cidadania,
o ciclo: a própria mudança
que retrocede e que avança.
Penso igual meus ancestrais
(pelo ramo do meu pai):
poesia é tudo o que há,
pra mim ela em tudo está
– desde as larvas mais estranhas
à fé que move montanhas.
Leila Míccolis
Aristóteles na Poética
abordou somente a técnica;
no mundo grego, contudo,
a poesis era tudo,
era o próprio movimento:
terra, fogo, água e vento,
era a vida, as estações,
as marés, as emoções,
a dor, a cura, o remédio
a luta, os louros, o tédio,
a pólis, a dança, o mito,
os templos, o vinho, os ritos,
kairós, oportunidade,
destino, fatalidade,
o luto, a luta, a tragédia,
o riso, a festa, a comédia,
a química, a teologia,
a física, a filosofia,
ethos e cidadania,
o ciclo: a própria mudança
que retrocede e que avança.
Penso igual meus ancestrais
(pelo ramo do meu pai):
poesia é tudo o que há,
pra mim ela em tudo está
– desde as larvas mais estranhas
à fé que move montanhas.
Leila Míccolis
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