fator 50
que a sorte
não me solte
na meia idade
nem esse sol
[assasino]
me assalte
no pôr da vida
peço paz
pele de pêsssego
e esta crença
tão criança
que acha: casando passa
valéria tarelho
que a sorte
não me solte
na meia idade
nem esse sol
[assasino]
me assalte
no pôr da vida
peço paz
pele de pêsssego
e esta crença
tão criança
que acha: casando passa
valéria tarelho
Corpo, dejeto sideral
expelido sem espaço
pra mais um
coração-desejo em
colapso
chupam os órgãos
externos decepados
ruminam os internos
que preservo
pele, ensejo anêmico
minam princípios pelos poros
exaltam a criogenia falida
note o silêncio necessário
para preservar a espécie
jogada à fogueira, alimenta as bocas
dos falastrões sintéticos de plantão.
Lara
amaral
Junto os pedaços
partes de mim
folhas secas
que foram jogadas
ao vento
farpas
que vêm à tona
paro
penso
só consigo implodir.
partes de mim
folhas secas
que foram jogadas
ao vento
farpas
que vêm à tona
paro
penso
só consigo implodir.
agonia
tem um poema calado
a desprender-se do
lado
onde o grito se
afigura
um poema de silêncio
sem palavras e sem
fala
entranhado de
estranheza
sua cor a cor do sangue
seu teor o horror à guerra
a maldição do mundo
*líria porto
partido-alto
sou quase
nada.
é por absoluto
que seja
parte
.
.
.
sou 1' samba de
memórias,
partido-alto
de esquecer-me
quase nua.
(batuque constante
de uma parte raiada)
Ana Paula Perissé
sou quase
nada.
é por absoluto
que seja
parte
.
.
.
sou 1' samba de
memórias,
partido-alto
de esquecer-me
quase nua.
(batuque constante
de uma parte raiada)
Ana Paula Perissé
Drumundana
o
amor acabou
a
filha casou
o
filho mudou
teu
homem foi pra vida
que
tudo cria
a
fantasia
que
você sonhou
apagou
à
luz do dia
e
agora Maria?
vai
com as outras
vai
viver
com
a hipocondria
Alice
Ruiz
Poesia
do Brasil Vol. 15
Editora
Grafite – XX Congresso Brasileiro de Poesia
Bento
Gonçalves – outubro 2012
tempo-ido
tons de arrebol
tem a saudade
ela fica pintada
lá onde o abraço
não alcança
cláudia Gonçalves
A letra não está na voz
desabitada
corpo caído
ave sem pouso
que dizer?
casas vazias
postigos
que no gelo ardem
que dizer?
partido o som
sou imagem sem letras
silêncio perdido
sou palavra crua
das portas que se abrem
sou Ares…
de quem é o vento?
toque
tocas
sopras insólitas nuvens
furo cortinas
ardo futuro
habito o dia do ouvido
no teto de tua voz, anoiteço
ah, poesia, que me dizes?
Carmen Silvia Presotto - Vidráguas!
V.MIMOSA
Eu como capim, sim
Pode botar
Vinte de mim pra cada touro
To nem aí!
Encurralada
Eu não reclamo
Que sujo o rabo
Na tua lama
Me sento
Sem pressa
Questionamento
Não me interessa
Filosofia?
É só história pra boi dormir
Tô nem aí!
Pode me comer, seu touro
E me arrancar o couro
Que depois de mim, como capim
Virá outra
Vaca louca
Me babo toda
Engulo e cuspo
Sem asco ou ânsia
Pela resposta
E ainda me diz sagrada?
Pois te revelo nas retinas
O segredo é que rumino
E mais nada.
Alice Souto
http://artefaros.blogspot.com.br/search?q=vaca
verbo irregular
pra sempre é passado
é mais uma promessa
apostando corrida
com todas as outras
na escadaria da igreja da penha
voltaria atrás
de joelhos
pra chegar primeiro
no futuro
porque se o tempo cura tudo
e o tal futuro a deus pertence
não vou duvidar
que milagres acontecem
mas pra sempre vou achar
não quero me especializar
em ter certezas, em fabricar
situações definitivas
toda vez que me vierem à cabeça
seus lábios de algodão
doce se dissolvendo
nos meus.
Bruna
Beber
Grata, caríssimos, pela divulgação juntamente com esse elenco de poetas maravilhosas! Abraços!!
ResponderExcluiragradeço - honra-me estar em tão boa companhia - a foto que me representa é a foto da minha alma - gracias!!!
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