foto: artur gomes
Hoje me chamo por exemplo Oscar
sou, porém, um e milhares,
não amanhã mas hoje
vim auxiliar toda mágoa
com o desconsolo tão múltiplo.
Pertubadoramente sou Oscar,
dito isto vou partindo
coberto de sangue e tempo
a caminho de ninguém.
Sinto raiva de ser crucial,
guardo virtudes opostas
raiz do abismo de mim.
Só a noite obstinada mastiga
esse meu sangue sem metáfora,
trago desamparadas lágrimas
para guardar a nostalgia
de me chamar Oscar. Agora é tarde
ter de me chamar Oscar...
Há de haver uma estrela inútil
e um devorado esquecimento
após a morte de tudo –
ó habituação de quem busca
a própria face perdida.
Oscar Bertholdo
In Poesia do Brasil Vol. 15
Proyecto Cultural Sur Brasil -
Grafite Editora
Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves-RS
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