Marina Colasanti na primeira edição
do Congresso Brasileiro de Poesia -
Nova Prata-RS - 1990
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
Hilda Hilst (primeiro poema de Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão)
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
Hilda Hilst (primeiro poema de Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão)
MAPA DE ESPERANÇA
Vinha pisando sobre toda a praia,
o sangue quieto — ou quase quieto —,
os pensamentos leves como espumas
e os cabelos soltos como nuvens.
Trágica como princesa de elegia,
meu estandarte é o desespero,
minha bandeira, indecisão.
Ainda assim, alegria, te festejo.
Olga Savary
Arraial do Cabo
1971
Vinha pisando sobre toda a praia,
o sangue quieto — ou quase quieto —,
os pensamentos leves como espumas
e os cabelos soltos como nuvens.
Trágica como princesa de elegia,
meu estandarte é o desespero,
minha bandeira, indecisão.
Ainda assim, alegria, te festejo.
Olga Savary
Arraial do Cabo
1971
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