XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Congresso Brasileiro de Poesia - em 2015 - 25 anos

Marina Colasanti na primeira edição 
do Congresso Brasileiro de Poesia - 
Nova Prata-RS - 1990



Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite 
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

Hilda Hilst (primeiro poema de Júbilo, Memória e Noviciado da Paixão)


MAPA DE ESPERANÇA

Vinha pisando sobre toda a praia,
o sangue quieto — ou quase quieto —,
os pensamentos leves como espumas
e os cabelos soltos como nuvens.

Trágica como princesa de elegia,
meu estandarte é o desespero,
minha bandeira, indecisão.

Ainda assim, alegria, te festejo.

Olga Savary

Arraial do Cabo
1971

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