APSARA OU NOITE BRANCA
Pues el viento, el viento gracioso
se extiende como um gato para dejarse definir.
LEZAMA LIMA
Dama do escorpião, Apsara
em teus braços numa noite rara
o demônio delicado dos sofismas
brinca nos espelhos obsidianos
com a fatalidade das tuas mãos finas
Apsara a lógica voluptuosa do escorpião
passeia por tua face múltiplas fúrias
e um veneno sutil se instala nos versos
nessas perigosas noites de outubro
Satã vigia seja noite seja dia
a teoria da rosa e seus mistérios
Apsara filha do fogo dança no alto da chama
enquanto a serpente do meu desejo desliza
no chiaroscuro das cinzas do encantamento
há um esplendor rigoroso nesta luz
um furor sangrento nesta selvagem salsugem dos assombros
Apsara terros naufráfio no presságio azul da madrugada
que se ilumina com a lâmpada da saudade
Carlos Lima
(Ilhéus/Rio de Janeiro, 25 e 26.10.1997)
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